Visões catastróficas
segunda-feira, 25 de janeiro de 2016
Terceiro Episódio - A Riqueza
Presos a um mundo, embebemo-nos na árdua tarefa de viver. Suplicamos por mais um minuto a cada outro que passa. Fazemos planos. Mudamos horizontes. embarcamos em lutas, desafios e aventuras. Caímos, levantamo-nos, começamos de novo. Amamos o próximo, somos amados, tornamo-nos próximos e depois afastamo-nos. Somos crianças, somos adultos, somos loucos, somos sóbrios, ficamos em farrapos quando a cúpula nos falta e somos homens e mulheres novas quando a conquista surge depois da tormenta...e continuamos impávidos outro dia, na azáfama incessante que persiste a cada muro que transpomos,totalmente distraídos do que é o ser. Não sei se é assim.Mas é o que vejo. Somos habitantes de um corpo, matéria orgânica que nos suporta neste mundo, onde ficamos o tempo necessário para aprendermos o que só aqui pode ser treinado, por entre todas as armadilhas meticulosamente espalhadas para que aprendamos a esquivar-nos. Por vezes tenho a impressão que esquecemos isto tudo e acabamos por não desfrutar desta jornada.O conhecimento adquirido, estraga o corpo. Mas enriquece a alma. E essa sim. Deve ser excessivamente rica.
quinta-feira, 17 de setembro de 2015
Segundo episódio
Tão podre está este mundo. Se fosse um cadáver já cheirava a quilómetros, de podre que está. Caminhamos a passos largos para o fim da espécie "inteligente"(por vezes parece me o melhor desfecho a bem dos seres a que socialmente chamamos de animais...)enquanto o castelo de cartas que construímos e chamámos de humanidade,cai aos poucos. A espécie humana tenta contrariar os seus instintos, escondendo-os atrás de ideais fofinhos e queridos, que na verdade não passam de interesses directos de um ou outro espécime com mais tendência para a caça estática. Por vezes o abrigo do caçador é uma autêntica obra de arte com requintes de malvadez. Por mais que pareça, isto não é mais que um mostrar de garras. Um regresso ao estado bruto. Uma acção da Mãe natureza para repôr o ecossistema. Sejamos predadores, mas certos que estaremos sempre dentro da cadeia alimentar. Qualquer descuido e somos refeição.
segunda-feira, 31 de agosto de 2015
Primeiro episódio
Mesquinho. Pobre. Sem rumo. Perdido. Resumo curto e grosso
do chão que nos carrega. Sem ofensa para o solo propriamente dito. Somos nós
que o pejamos. Impregnamos este solo com maldade. Somos merda. Talvez pouco
mais que isso. População ingovernável que clama de olhos vendados pelos nomes
daqueles que se lhe impõem como líderes achando assim que nos ilibaremos da
responsabilidade de sermos autossuficientes. Assim há alguém a quem culpar pela
nossa desgraça. E esses auto-proclamados líderes que se pavoneiam como um macho
a cortejar a fêmea em frente aos seres que se acham menores. Vomitam, com um
débito inalcançável por homens de bem, pseudoconhecimentos que hipoteticamente
salvariam o mundo dos “maus”, quando o seu único propósito é a autossalvação. Somos
cenário. Fachadas bonitas. Não mais do que isso. Dizemo-nos defensores de
direitos afirmamo-nos contra determinados estereótipos que apregoamos terem
caído em desuso, e para levar a nossa ideia avante criamos outros ainda piores.
Combatemos desrespeito com faltas de respeito ainda maiores. Usamos a expressão
“Homens das cavernas” para descrever determinados monstros do mundo atual sem
pararmos um segundo para pensar que a desgraça somos nós e esta sociedade
perdida. Os homens das cavernas viviam numa sociedade justa em que cada um
tinha no seu meio social, um papel fulcral e bem definido. Sem parasitas,
traidores e líderes de fachada. Imperava a sobrevivência e isso definia a
verdadeira necessidade de agir e consumir. Somos nós os monstros.
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